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ENTRE O AMOR E A RELIGIÃO

Por: António Magaia 
António Magaia
PARTE 1

Desde o ensino secundário que Hugo apreciava Saquina, Saquina era uma rapariga muçulmana linda, magricela, com corpo de modelo, com os cabelos lisos e com lábios que pintavam um sorriso cor de rosa de arrepiar. Tal como Hugo, Saquina era aluna da escola secundária  Francisco Manyanga e estava na mesma classe e turma que sua prima Amina.  Hugo,  sempre fora um jovem matreiro com as mulheres, um janota atrevido, sobretudo devido a sua plateia de amigos, a quem não hesitava em agradar. Júnior era melhor amigo de Hugo, e juntos desafiavam qualquer obstáculo quando o assunto fosse mulheres. Aliás Júnior e Hugo estavam juntos, vagueando pelo corredor do 2ºandar da Francisco Manyanga, quando Hugo viu feitiço de Saquina pela primeira vez, Hugo contemplou aquele olhar hipnotizante, a poesia da sensualidade de seu corpo, aqueles lábios cor de rosa, que dançavam naquele sorriso espontâneo de Saquina.
 Hugo perdeu o chão, seu coração bateu intensamente, mas como um bom aventureiro e tendo Júnior como plateia ele foi fechar o negócio da paixão.
- Olá para vocês.  disse Hugo fitando os olhos em Saquina.
- Alô. - respondeu Amina que se encontrava ao lado de Saquina.
- Permita-me dizer, que ela tem um sorriso bonito, e gostei de lhe ver, mas olha que o teu também é, vocês são estudantes da 11ºclasse também?  indagou Hugo. 
E assim Hugo conheceu Saquina e Amina, e tornaram-se amigos. Saquina era bem controlada em casa, tinha de voltar nas horas certas e fim de semana só podia sair com sua família de casa. Saquina e Hugo passaram a conversar mais vezes nos intervalos das aulas, e Hugo até apresentou-lhes a Júnior. Certo dia Hugo convidou Saquina para um passeio rápido em sua zona no último tempo de aulas, em que turma de Saquina tinha borla, pois o pai de Saquina Sr Salimo e o irmão Hassan eram bem pontuais quando iam busca-la. Saquina que estava encantada com os versos de Hugo, não resistiu ao convite e aventurou-se. Hugo esticou seu peito, andou de mãos dadas com Saquina pela cidade,  e após uma boa conversa, entrou numa lanchonete e pediu 2 sorvetes, um para si e outro pra Saquina.
- Saquina quero dizer te uma coisa, que já devia ter te dito a mais tempo.
- Ayee, e o que é, estou curiosa, podes falar.
- Eu quero muito namorar contigo, é serio, eu gosto de você de verdade. Saquina permaneceu quieta, sorriu e disse: - Ayee, hum.. ok, acho que podemos continuar esse papo amanhã,  já está quase na hora, preciso encontrar Amina para voltarmos juntas. Hugo porém percebeu o sim no sorriso de Saquina e após terminarem os sorvetes afirmou:
- Olha baby, eu já estou na minha zona, mas antes de ires vem cá. Hugo puxou-a pelo braço e roubou-lhe um beijo cinematográfico na porta da lanchonete, que deixou Saquina tonta de emoção, e após um abraço demorado despediram-se. Amina era simplesmente a prima mais amiga e cúmplice de Saquina, a única a quem ela contou tudo sobre Hugo. Samira irmã mais velha de Saquina, notou que Saquina aos fins de semana de noite, recebia frequentemente chamadas telefónicas, algumas eram de Amina e suas amigas mas outras tinham um tom romântico. 
- Saquina, já começaste a namorar? Quem é que te liga sempre a sábados?  questionou Samira.
- Minhas amigas, e um amigo da escola, que tem um papo Nice, mas é só conversa apenas.
- Humm Saquina, eu também namoro, como é que ele é? Como se chama? - Perguntou Samira.  Saquina sabia que sendo muçulmana seria conflituoso contar a sua irmã que estava apaixonada por um negrinho devido a religião, e devido ao padrão do perfil exigido por sua família, por isso mentiu, disse que ele se chamava Igor e ocultou que era de raça negra. Das conversas que dona Soraia, mãe de Saquina e sua tia Zulmira várias vezes tiveram com ela e Samira, estava claro que Saquina devia casar-se com um muçulmano, que tivesse posses, e de preferência com o mesmo tom de pele dela, a semelhança de Samira que namorava com Khalil, um muçulmano de posses. Na escola, quase toda turma já sabia que Hugo estava namorando com Saquina, seus colegas o elogiavam e  mandavam indirectas. No intervalo maior Hugo e Saquina encontraram-se para prosear  no corredor do 2ºandar : - Saquina o que a tua família vai achar de nós?
- Minha família é muito tradicional, e sobre nós nem vale a pena falar, só contei a Amina, minha irmã já desconfia, por agora, melhor não contar pra ninguém. Hugo concordou, mas mostrou se sem receio de conhecer a família de Saquina assim que fosse necessário. Os dias se sucederam na escola, as aulas corriam e a cumplicidade de Saquina e Hugo só cresciam, os seus desejos se encaixavam como duas metades de uma maçã, e transbordavam alegria quando estivessem juntos. Até que um dia, Saquina estava na paragem, abraçada e colada a Hugo na habitual hora do último tempo, e coincidentemente tia Zulmira passava por ali naquele instante.
- Saquina, o que estas aqui a fazer abraçada com esse negro?


Dica do autor - A leitura é também uma sugestão de vocabulário, não seja orgulhoso e consulte os termos desconhecidos.

   

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