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Mia Couto lança "O Mapeador de Ausências

O escritor moçambicano, Mia Couto prepara-se para lançar, o seu mais novo romance "O Mapeador da Ausências". Conhecido como o inventor de palavras, segundo conta num vídeo publicado no Youtube (Wook), trata-se de uma obra que o escritor vinha trabalhando nos últimos três anos. E o que o motivou a escrever foi o ciclone que abalou a Cidade da Beira, sua terra natal. "A história da minha adolescência está neste livro", disse Mia.


"O Mapeador de Ausências", narra a história de Diogo Santiago um prestigiado e respeitado intelectual moçambicano. Professor universitário em Maputo, poeta, que desloca-se pela primeira vez em muitos anos à sua terra natal, a cidade da Beira, nas vésperas do ciclone que a arrasou em 2019, para receber uma homenagem que os seus concidadãos lhe querem prestar.

Mas o regresso à Beira é também, e talvez para ele seja sobretudo, o regresso a um passado longínquo, à sua infância e juventude, quando ainda Moçambique era uma colónia portuguesa. Menino branco, é filho de um pai jornalista e sobretudo poeta, e de uma mãe toda sentido prático e completamente terra-a-terra. Do pai recorda o que viveu com ele: duas viagens ao local de terríveis massacres cometidos pela tropa colonial, a sua perseguição e prisão pela PIDE, mas sobretudo, e em tudo isto, o seu amor pela poesia. Mas recorda também, entre os vivos, o criado Benedito (agora dirigente da FRELIMO) e o seu irmão Jerónimo Fungai, morto a tiro nos braços da sua amada, a bela e infeliz Mariana Sarmento, o farmacêutico Natalino Fernandes, o inspector da PIDE Óscar Campos, a tenaz e poderosa Maniara, e muitos outros; e de entre os mortos sobressaem o régulo Capitine, que vê uma mulher a voar.

A nova obra, será lançada na Cidade da Beira, no dia 29 de Outubro, onde na mesma ocasião vai decorrer uma conversa com os escritores, Eduardo Angualusa (Angola) e Mia Couto.

Mia Couto, nasceu na Beira em 5 de julho de 1955. Aos 14 anos se estréia nas letras, quando publica poemas no jornal da Beira. 
Exerceu a profissão de jornalista entre 1974 e 1985, período em que foi repórter e director da Agência de Informação de Moçambique (AIM), da revista semanal Tempo e do jornal Notícias.

Formou-se em Biologia, especializando-se em Ecologia. Tornou-se professor na universidade em que se formou. Ao longo do seu percurso literário lançou diversas obras das quais: "Terra Sonâmbula" (considerada a melhor livro do século XX), "Mulheres de Cinza", "Venenos de Deus, Remédios de Diabo", "Jesusalém", "Cada Homem é  uma Raça", "Raiz de Orvalho", "Mar me Quer", "Vinte e Zinco", entre outras. 
Em 2013, Mia Couto ganhou o maior galardão da literatura Portuguesa, o Prémio Camões. As suas obras estão traduzidas em várias línguas, em destaque para o mandarim.

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