"Lucky Dube" o artista que lutou pela liberdade através do reggae
Lucky Dube, já veio actuar várias vezes em Moçambique era considerado num plano igual a de Bob Marley – um dos grandes artistas de reggae que cantou os problemas sociais. Foi também uma das vozes mais críticas do regime do apartheid, que pontificou no seu país de 1948 a 1990, ao ponto de ver temas seus serem banidos das rádios sul-africanas. Como a música “freedom fighter” (combatente da liberdade), que durante a época do apartheid denunciava o sistema.
Lucky Dube |
Lucky Dube nasceu no dia 3 de Agosto de 1964, em Ermelo, na África do Sul. Com 9 anos de idade, foi escolhido como assistente da biblioteca de sua escola. O desejo de aprender sobre o resto do mundo e sobre a história da África do Sul fez com que ele entrasse para o mundo da Literatura. Familiarizou-se com a filosofia Rastafari através de uma enciclopédia. Logo depois, conheceu o Reggae, que muito tinha a ver com o Rastafarianismo. O interesse em ler e adquirir conhecimento foi crescendo dentro dele.
Lucky Dube trabalhava para poder comprar os discos de Peter Tosh (que era, na ocasião, os únicos álbuns de Reggae disponíveis na África do Sul). Ainda na época do colégio, montou sua primeira banda - O Skyway Band. O talento de Lucky logo chamou a atenção do produtor Richard Siluma, que era seu parente. Richard sabia que o potencial de Lucky Dube era alto e que valeria a pena investir no talento do rapaz.
Em 1979, Lucky direcionou sua carreira como um cantor de mbaganga e junto com os membros do "Future Slaves" - Thutukani Cele e Chris Dlamini, gravou um álbum em 1982, já como membros da banda "The Love Brothers" intitulado Mbaganga. Nos próximos 3 anos, Lucky Dube lançou um álbum solo chamado "Lengane Ngeyetha" que trazia o seu primeiro single, diga-se de passagem, um grande sucesso. Na sequência, lançou mais três álbuns, dando continuidade à sua música brilhante. A maior influência de Lucky Dube era Peter Tosh. E, até a voz do africano é muito semelhante a de Peter, mas a única coisa que Lucky não absorveu em suas mensagens é a ganja (maconha).
E diz: "A mensagem que ele passava era muito boa para mim, mas eu não fumo ganja, porém a música de Peter Tosh realmente, eu sempre gostei muito. Foi ele que me colocou no Reggae." Durante o ano de 1985, sem o conhecimento de sua gravadora, Teal Records, Lucky e Richard entraram em estúdio para gravar "Rastas Never Die" - o primeiro disco de reggae gravado na África do Sul. Devido à situação política e à censura do governo (Apartheid) que controlava a mídia, o disco não foi longe. E ainda por cima, foi proibido imediatamente. O álbum ganhou consciência mas não vendeu bem. Em 1986, Lucky gravou o seu segundo álbum de reggae, "Think About The Children". E foi justamente nessa época que a banda de apoio de Lucky Dube começou a se concretizar.
No ano de 1987, é lançado o terceiro álbum, "Slave" - onde ele desponta grandes hits como "I've Got You Babe", "Slave", e "Back To My Roots". Com a banda "The Slaves", ele fez espetáculos enormes em Johannesburg para multidões de mais de 50.000 pessoas. Em 1988, devido a demanda popular, o disco "Rastas Never Die" foi relançado. Lucky embarcou na sua primeira viagem internacional para promover o álbum "Slave". No ano de 1988, foi lançado o disco "Together As One".
Disco esse que trouxe, na faixa-título, uma letra baseada na situação da África do Sul. A letra pedia a união e a harmonia racial entre negros e brancos da África do Sul. Lucky cai na estrada novamente e se apresenta para multidões de mais de 65.000 expectadores. Em 1989, ele embarca em uma série de espetáculos na França. A partir daí, Lucky, merecidamente se estabelece como um artista de grande renome internacional. Este ano também deu a Lucky Dube a chance para gravar no filme "Voice In The Dark". Em 1989 também foi o ano que lançou o álbum "Prisoner", que dentro de cinco dias, faturou disco de platina duplo. Em 1990 fez espetáculos na África, num desses shows, levou 80.000 pessoas.
Em 1991 Lucky foi para os Estados Unidos e fez uma apresentação histórica no palco do mais famoso festival de Reggae do mundo - o "Reggae Sunsplash Festival", na Jamaica - a primeira vez que se realizou um grande sonho de um artista da África do Sul. A turnê seguiu para a Austrália, Japão e Gana. "Prisoner" foi o álbum mais vendido de Lucky Dube. Foram registradas 1.000.000 de cópias vendidas em todo o mundo. O álbum ao vivo ""Captured Live" rendeu disco de platina.
Lucky Dube venceu o concurso de "Melhor Vocalista do Ano" no prêmio anual OKTV da África do Sul. "House of Exile" foi lançada (também uma bela homenagem ao libertário Nelson Mandela) e levou Lucky ao primeiro festival de Reggae da África do Sul, o "Reggae Strong For Peace", mais tarde transformado em disco e vídeo. Outros discos de Lucky Dube: "Serious Reggae Business", "The Way It Is", "Taxman", "Victims", "Trinity" e o mais recente trabalho "Soul Taker".
Lucky Dube morreu assassinado em 18 de Outubro de 2007, na altura ele tinha apenas 43 anos de idade, se estivesse vivo nesse ano (2020) completaria 56 anos de idade.
Fonte
Last.fm
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