Sete poemas de Adilson Sozinho
Mauro José da Silva, com o pseudónimo Adilson Sozinho, nascido aos 06 de abril de 1995 na cidade de Maputo, é um jovem cadete da Academia de Ciências Policiais (ACIPOL), poeta, capoerista e enxadrista.
Foi membro da Associação Artística a Fénix de Moçambique desde o ano de 2015 até o ano de 2017.
Participou em antologias internacionais com os títulos "Inspiração " organizada pelo poeta brasileiro João Israel Azevedo em 2019 e "Nossos Versos " organizada pela poetisa brasileira Cláudia Santos Oliveira 2016, " Corações em Brasa " organizada pelo poeta moçambicano Álvaro dos Reis 2020, participou também com três textos na obra " Duas Faces da Mesma Poesia " do poeta angolano Joel Caetano e lançou a sua primeira obra intitulada " As Memórias de Um Escreveta" em 2017 e irá lançar a sua segunda obra intitulada " Fui Para Dentro de Mim e não Voltei"
Adilson Sozinho |
HOJE
Posso olhar para as estrelas,
para os coqueiros e as mangueiras;
Ver as sombras das folhas e ramos refletidos
pela luz do luar na calada da noite.
Posso sentir a vegetação picar os meus pés
calçados de chinelos baratos
e ver a cacimba em redor das luzes acesas nos quintais.
Posso ouvir e sentir o silêncio de um bairro tão agitado
e por alguns instantes pensar que vivo em um condomínio,
na casa 43,
aqui no Xipamanine.
II
RIMA
Um pouco de xima e lagosta
para acompanhar um lagostim
(não sei se ela gosta
mesmo assim vamos fazer tchim tchim)
brindar o nosso sim
na lua de mel
(justificar o anel
tornar isto cíclico
não deixar que o mal nos seja cínico)
Vamos nos misturar e fazermos uma caipirinha,
e espero que o sabor seja uma menininha
que chamaremos de Maria,
e eu vos amarei como Craveirinha.
Na mesma mesa comeremos a sobremesa de colherinha.
A vida assim tornará nossa e não só minha.
Vamos nos amar porque o amor é a vitamina,
e a paixão a proteína que fará o ódio sempre ficar na esquina.
Vamos fazer amor das nove até as nove horas.
Não deixaremos de nos chamar de “love”
Embora seja apenas só um pouco de rima
queria mesmo acompanhar com xima,
mas não tem lagosta
(e nem sei se ela gosta!).
III
CANHANGULEM OS BATUQUES
Canhangulem os batuques!
Tenho vinho, capulana e o dinheiro.
No meio do quintal uma árvore.
Só falta cá o curandeiro.
Apitos e kulunguanas,
não precisam estar cá as mamanas.
É apenas a dor de amar que desejo pedir
aos meus antepassados que tirem de mim.
Obra de Gilberto Muzilene |
IV
SINTO QUE MORRO
Aos poucos,
morro
onde moro.
Aos loucos,
vivo bem e não mal,
sou imortal.
Enquanto isso,
sinto que morro,
e só me dói saber disso,
porque sinto que no teu coração eu não
moro!
V
Mais um Final de Semana
No arsenal uma arma me aguarda para o final de semana
E quem me ama, já não mais quer saber de nada
Já faz tempo que se sente traída
Não tarda, em breve contemplarei sua partida
Continuarei aqui submisso a um bem maior
Um bem que também devia suportar meu amor
Se não volto, guardo a sua noite e dos demais
Na sua enorme saudades só consegue enxergar as coisas banais
Não posso deixar de guardar e assegurar minha pátria por ti meu amor
Apesar da minha vida fazer mais sentido ao lado dela
Nasci para os outros sentinela
A dor da minha ausência, pude sentir nela
Mas enquanto fizer, sol e chuva
Enquanto fizer calor e frio
e houver noite e dia
É esta arma que me irá fazer companhia nas madrugadas
Tudo irei superar, até a sua partida, amor!
VI
Natasha
O sol tem vergonha de brilhar junto de ti
ele esconde-se entre as nuvens
e deixa o teu sorriso fazer o seu trabalho
O vento teme em passar por ti
pois na tentativa de desmanchar o teu penteado
O vento desmancha-se ao corar
de tanta beleza e charme
O fogo já não mais queima como me queima este sentimento que sinto por ti
E se um dia algo tiver que ser sólido como o gelo que um dia afundou o Titanic
Que seja o amor
E se for para afundar nesse embate de nós dois
Que seja em lágrimas de tanta felicidade
Pois o meu real objectivo é mais o anel
do que a lua de mel
E não me vou atrever em não citar Danilo Mucambe
Natasha... 《...foi por te não conhecer que Da Vinci pintou Monalisa.》
Pois se tivesse te conhecido
Seria o teu rosto que estaria em grandes museus
Por agora não só o teu rosto, mas tu por inteira
É que está no museu do meu coração.
VII
PROMOVIDO
Eu o poema,
antes sujo e desempregado
pobre de vistas e leitura
Fui promovido como o chefe do livro,
o poema preferido.
Agora, me banho de leitores
O último verso não conhece lude
Só kiwe!
O primeiro verso tem os cabelos da semântica bem penteados.
Assumo agora um cargo de responsabilidade, sou o mais novo poema da página 43
São poemas bastante educativos, que nos levam a diversas reflexões do nosso dia-a-dia.
ResponderEliminarGrandes Poemas: Emanuel Da Silva Aqui cousin
ResponderEliminarParabéns pêlos textos maravilhosos e educativo continue nos trazendo .que faz bem a nossa alma. Os corações sobre tudo para nossa Cultura
ResponderEliminarParabéns,prossiga sem medo caro Adilson.
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