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Dois fotógrafos duas exposições e um único objectivo: comemorar o mês da mulher

Por: Xisto Fernando
Na segunda-feira 9 de Março, Micas Mondlane retrata em exposição fotográfica a violência contra a mulher. E, na noite de terça-feira 10 de Março, Ricardo Franco exibe telas sob lentes a descrever a situação das empregadas domésticas em Moçambique. 
São dois fotógrafos juntados em dias diferentes, no mesmo espaço (Centro Cultural Franco Moçambicano) para colorirem as comemorações do mês da mulher que foi aberta no passado 2 de Março e será marcada por diversas actividades paralelas até 10 de Abril do ano em curso.
Exposição de Micas Mondlane

Sob o título, “16 dias de activismo através da lente: violência baseada no género” está patente desde a passada segunda-feira (9 de Março), no Centro Cultural Franco Moçambicano, a exposição do fotógrafo Moçambicano, Micas Mondlane.
O dia Internacional da mulher assinalado no passado dia 8 de Março serviu de pretexto para o Alto comissariado do Canadá emprestar as lentes do fotógrafo Micas Mondlane. A ideia da mostra fotográfica é descrever e trazer as diversas formas de violência contra a mulher.
Num conjunto de 16 obras, Micas Mondlane leva os apreciadores da arte fotográfica a viajar pelo mundo da discriminação, assédio sexual, estereótipos de género, desigualdade no espaço laboral e outros temas que põem em causa a liberdade das mulheres e raparigas.
As lentes de Mondlane captaram situações distintas da mulher na sociedade, mostrando que a violência do género é uma realidade no país. Mesmo não estando presente na inauguração por estar em um intercâmbio fotográfico fora das terras moçambicanas, Micas Mondlane, recebeu aplausos e foi ovacionado através das suas obras.
Se me quiseres conhecer do fotógrafo Ricardo Franco
Com o mesmo propósito de celebrar o mês da mulher, Ricardo Franco inaugurou na noite desta terça-feira a exposição fotográfica, "se me quiseres conhecer uma reflexão entre dois mundos", sob curadoria de Miguel Rego.
A exposição retrata as experiências vividas pelas empregadas domésticas, mulheres fortes que logo que o sol desponta se encontram na casa dos seus patrões para ganhar o pão diário.
Ricardo Franco, através da sua lente conheceu todas as mulheres que fotografou, entrou no seu íntimo e as trouxe para o Centro Cultural Franco Moçambicano. A exposição também serve de apelo a sociedade a respeitar essa classe trabalhadora.
Franco emprestou do poema da Noémia de Sousa, datado do ano 1958, o título “se me quiseres conhecer” e, se formos a continuar Sousa escreve, "se me quiseres conhecer, estuda com os olhos de bem ver", neste caso Ricardo Franco estudou essas mulheres, conheceu suas histórias de vida, usou além da lente, os olhos de bem ver. O fotógrafo mostra que cozinhar, varrer quintal, engomar a roupa, arrumar a cama e tantas outras actividades domésticas são dignas de apreço e que essa profissão deve ser respeitada por todos os moçambicanos.
Tanto a exposição do Micas Mondlane e a do Ricardo Franco têm algo em comum, ambas falam das mulheres, a primeira se debruça sobre a violência e outra fala da luta e conta histórias escondidas sobre as empregadas domésticas.
É de lembrar que as duas exposições inserem-se nas comemorações do mês da mulher, que foi lançado na passada segunda-feira, 2 de Março, com o lema, "a igualdade de género é o nosso futuro". Dentro do programa do mês, serão realizadas cerca de 60 eventos relacionados a mulher, entre debates, mesas redondas, actividades culturais, entre outros, dentro e fora da província de Maputo, sob chancela de várias organizações governamentais e outras da sociedade civil, como o Ministério do Género, Criança e Acção Social, Embaixada da França, Oxfam, Reino dos Países Baixos, entre outras instituições.

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