Última Hora
Recente

Artistas marcham em prol da valorização da arte



Empunhando cartazes com mensagens como: “a arte é meu ganha-pão” e “o artista não vive gratuitamente” e entoando cânticos de exaltação à arte. Os artistas marcharam na baixa da cidade de Maputo, alusivo ao dia Internacional do trabalhador, celebrado a 1 de Maio. Com a iniciativa, esta classe trabalhadora mostra à sociedade que a arte também é profissão, que o artista é um trabalhador digno de respeito.

Artistas em marcha no dia 1 de Maio

Para o poeta Visionário, um dos artistas que participou da marcha, esta mostra que os artistas são trabalhadores e que a arte é um trabalho. O nosso entrevistado reconhece que a arte não é reconhecida pela sociedade como profissão, mas o mesmo acredita que aos poucos essa situação tende a mudar e que hoje já é possível viver da arte.
O actor António Sitoe acredita que a marcha é um apelo à justiça, uma vez que estamos numa fase de uma educação cultural. “É justo ver-se o artista como trabalhador, porque a arte em si é trabalho. Se é que nós prestamos serviços temos que marchar para representar o nosso núcleo como artistas”, explicava Sitoe.
Para o fotógrafo e Gestor Cultural, Hamilton Chambela, que já participa pela segunda vez, a marcha dos artistas é motivo de orgulho, mas também serve de motor para consciencializar o Governo moçambicano a olhar com bons olhos para a área cultural, dando apoio e oportunidades. “Como trabalhadores, merecemos as mesmas condições que têm todos os trabalhadores”, sublinhou Chambela. Acrescentado que a marcha também visa educar a sociedade a ter mais respeito pelo artista.
O nosso entrevistado reconhece os desafios que a arte ainda tem pela frente, contudo considera que a cada ano se nota mudança na área cultural, o público presta mais atenção aos artistas e há mais eventos e festivais.
“Ainda precisamos observar bem a questão das leis corporativas que não estão a ser bem observadas, como é o caso do mecenato, de cujos artistas não sentem os seus efeitos”, finalizou Chambela.
O artista Luís Nhazilo afirmou à Massala que a marcha significa uma revolução e manifestação pelos direitos dos artistas, na medida em que se sabe de antemão que os mesmos são trabalhadores, pensam para que a arte se efective.

 
Artistas em marcha no dia 1 de Maio
Por sua vez o poeta Obedes Lobadias considera que a marcha significa a exaltação dos valores artísticos e do artista na sociedade. “Estamos num meio em que poucos valorizam o artista, se há valorização não é como trabalhador, mas o artista também trabalha no seu exercício artístico”, diz Lobadias. Acrescentando que arte não precisa ser vista como profissão, porque ela já o é, o que deve acontecer é a valorização do artista. Lobadias lamentou o facto de o grau de adesão dos artistas à marcha ter sido fraca.





Sem comentários:

Massala Arte. Com tecnologia do Blogger.