Wi-Fi na Educação: Vilão ou Aliado?
Por: Fátima Abdin Martins (Neblina)
Fátima Abdin Martins (Neblina)A presença do Wi-Fi nas escolas de ensino técnico e secundário tem-se intensificado, marcando cada vez mais o quotidiano estudantil. Os corredores escolares tornaram-se autênticos centros digitais, onde o apego aos telemóveis de diferentes tamanhos, cores e marcas já não é apenas tendência, mas parte do comportamento colectivo. A pergunta impõe-se: estaremos a viver uma revolução educacional ou a assistir à desconstrução silenciosa da atenção em sala de aula?
O Wi-Fi pode ser entendido como um avião sem fronteiras – ninguém fica de fora deste voo virtual, onde não há fiscais a controlar o que levamos na bagagem digital. E é justamente aí que reside o paradoxo: será o Wi-Fi um aliado ou um inimigo da aprendizagem?
Quando mal-utilizado, torna-se um vilão silencioso, certificado para entreter e distrair: vídeos irrelevantes, músicas sem contexto académico, jogos e redes sociais que afastam os alunos do foco. Mas, quando usado com consciência, revela-se um protagonista valioso no apoio à investigação, ao acesso a conteúdos actualizados e à democratização do saber.
Cabe à comunidade escolar – alunos, professores e gestores – assumir uma posição crítica e responsável. É fundamental promover uma literacia digital que capacite os estudantes a filtrar e avaliar informações de forma autónoma. Afinal, a tecnologia por si só não educa nem deseduca: é o uso que dela se faz que define o seu papel.
Em tempos de bolsos rotos e recursos limitados, o Wi-Fi apresenta-se como um verdadeiro salva-vidas, permitindo acesso contínuo ao conhecimento sem custos adicionais. Contudo, é urgente debater, de forma participativa, como usá-lo para potenciar a educação e não para diluí-la.
Usar o Wi-Fi pode ser “maningue nice”, sim — mas para que seja verdadeiramente “fine”, é preciso educar para o digital.
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