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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Mia Couto ganha prémio em Portugal

O escritor moçambicano Mia Couto é o vencedor edição de 2021 do Prémio Literário Manuel de Boaventura, com a sua mais recente obra literária "O Mapeador de Ausências ".
Trata-se de um prémio instituído pela Câmara Municipal de Esposende (Portugal), com intuito de homenagear e divulgar a vida e obra do escritor português Manuel de Boaventura.


Nesta  edição, foram submetidas a concurso cerca 104 obras provenientes de vários países de língua portuguesa. Segundo o júri, a escolha da obra do Mia deve-se ao facto desta apresentar  uma narrativa com elevada maturidade literária, que com particular sensibilidade, consegue cruzar tempos distintos da realidade moçambicana, oferecendo ao leitor uma expressiva representação do país no período colonial e pós-colonial.

O  Prémio Literário Manuel de Boaventura é de periodicidade bienal. Com o valor pecuniário de 7500 euros, contempla a modalidade da criação narrativa de Romances ou de Contos da autoria de escritores de língua portuguesa.

Importa lembrar que o escritor Mia Couto, em Janeiro deste ano venceu ainda  o prémio literário internacional ALBERT BERNARD, atribuído pela academia francesa de Ciências do Ultramar, pela sua obra "As Areias do Imperador". E em finais do ano passado foi galardoado com  o prémio Jan Michalski de literatura, pela Fundação suíça.



 







segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Reinata Sadimba expõe no Museu de Arte Moderna em Paris

Considerada uma das artistas mais influentes do continente africano, a ceramista moçambicana, Reinata Sabimba é uma das africanas escolhidas para fazer parte da exposição colectiva, denominada “O poder das minhas mãos – Áfricas: artistas mulheres”, no Museu de Arte Moderna, em Paris, França.



Concebida pela curadora angolana Suzana Sousa e o Museu de Arte Moderna de Paris, Odile Burluraux, a exposição pelo seu título "O Poder das mãos", procura trazer a ideia de um trabalho manual. 
Nas paredes do Museu da Arte Moderna, além das obras de cerâmica feitas pela Sadimba, são mostrados trabalhos de fotografia, pintura, vídeos e performance feitos por outras mulheres, artistas africanas.
Segundo a organização do evento, o principal objectivo da exposição é a partilha de experiências entre as mulheres participantes.

 “O poder das minhas mãos – Áfricas: artistas mulheres”, aborda temas como: corpo, espiritualidade, memória, maternidade e família. A mesma faz parte da "Temporada África 2020" e, assim que condições sanitárias permitirem as portas do Museu serão abertas ao público para que os apreciadores da arte desfrutem, da palavra e expressão feminina naquele catedral artística.

A mostra contará com obras de artistas como Stacey Gillian Abe, Njideka Akunyili Crosby, Gabrielle Goliath, Kudzanai -Violet Hwami, Keyezua, Lebohang Kganye, Kapwani Kiwanga, Senzeni Marasela, Grace Ndiritu, Wura-Natasha Ogunji, entre outras artistas africanas.

Reinata Sadimba nasceu em 1954, na aldeia de Nemu, província de Cabo Delgado. Durante a sua longa carreira recebeu diversos prémios e fez exposições na África do Sul, Portugal, Tanzania, Bélgica, Suíça, Dinamarca e Itália.

Para criar suas peças, Reinata usa argila, pela sua maleabilidade, e calcário branco e grafite, que lhe conferem uma cor verde característica da sua obra. Cria jarras, potes e panelas e outro tipo de peças com formas antropomórficas, com corpo e rosto e com escarificações ou marcas culturais da etnia Makonde. 
Os seus trabalhos têm várias mensagens subjacentes: "dois jarros emergem de um jarro, num vaso a cobra recria a vida e a morte que envolvem uma pessoa, as panelas têm várias bocas e pernas e as figuras que geralmente aparecem sem sexo estão a defecar". As figuras que cria estão ligadas aos contos e lendas da sua província.