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sexta-feira, 27 de março de 2020

Covid-19 força paragem da indústria cinematográfica

Adiamentos de estreias, festivais, filmagens paradas e encerramentos de salas de cinema, são algumas medidas tomadas pela indústria cinematográfica mundial, face a propagação do coronavírus.


Um dos filmes que teve a sua estreia adiada para Novembro, é  "James Bond". Nos Estados Unidos, a Disney adiou o remake de "Mulan" . E o nono episódio de  "Velozes e Furiosos", fica adiado para 2021, a longa "Mulher-Maravilha 1984" será lançada em agosto, ao em vez de junho.

A Paramount anunciou na última segunda-feira, em Hollywood que "The Lovebirds", uma das comédias românticas mais esperadas do ano, sairá no Netflix sem passar pelas salas de cinema.

Ao mesmo tempo em que a indústria mergulha na crise, o período de confinamento também é propício para os amantes de cinema buscarem ou reverem filmes antigos que são considerados preciosidades no mundo cinematográfico.

Vê-se também adiado o Festival de Cannes, realizado na França, que este ano aconteceria entre 12 e 23 de maio. 
 Face a esta situação, será reorganizado o calendário de estreias, uma vez que não apenas fecharam as salas de cinema, mas também foram interrompidas as filmagens, a produção e dublagem.




Coronavírus adia o Festival Nacional da Cultura

Covid-19 força o adiamento do décimo primeiro festival nacional  da cultura, que este ano terá  lugar na província de Maputo. A decisão foi tornada pública na passada quarta-feira (18), num encontro dirigido pela  Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, com artistas e promotores de eventos culturais. A reunião serviu não só para anunciar o adiamento do festival, mas também reflectir sobre o impacto da pandemia  na indústria cultural no país e, estabelecer mecanismos de acção para o seu controle.

Falando aos artistas e promotores, a Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, sublinhou que o Coronavírus é um problema sério, pelo qual devemos todos nos preocupar e tomar medidas urgentes visando impedir que se instale um caos. "Estamos cientes da gravidade do assunto e vamos unir esforços com acções a todos os níveis, apelando desde já, o envolvimento de todos artistas”. Disse Materula.
E porque o Covid-19 é um problema global, há redução das oportunidades de trabalho e de venda das criações e produtos artísticos, o que de certa forma vai exigir dos fazedores da cultura, resiliência e reinvenção para a subsistência.
O turismo também anda a conta-gotas nos últimos tempos, gerando um impacto negativo para a economia dos cidadãos e para o erário público. Por isso, houve unanimidade na  necessidade de redobrar esforços por  parte do Governo, com envolvimento abnegado de todos artistas na luta contra o vírus.

Por sua vez, a classe dos artistas e promotores culturais assumiu o seu papel, enquanto agentes fazedores e influenciadores de opinião, de mudanças de atitudes, tendo vincado o compromisso em fazer uso dos recursos artísticos como ferramenta para a difusão das mensagens de prevenção, sensibilização e combate ao novo coronavírus.

Com resultado das contribuições dadas pelos artistas, o Ministério da Cultura e Turismo vai, nos próximos promover uma série de acções que visam sensibilizar as pessoas sobre os perigos do Coronavírus, usando todas as formas da arte em colaboração com o Ministério de Saúde.

O encontro surge após recomendações dadas pelo Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, para a observância de medidas de prevenção contra o novo coronavírus. Para além de artistas e promotores de eventos culturais, o encontro contou com participação do Vice-Ministro da Cultura e Turismo, Fredson Bacar, e de representantes do Ministério da Saúde.

terça-feira, 24 de março de 2020

Covid-19 leva Manu Dibango

Com 86 anos de idade o saxofonista Manu Dibango, perdeu  a vida nesta terça-feira, 24 de Março, vítima do Covid-19. O sexafonista encontrava-se internado num hospital em Paris.
Conhecido no universo do "afro-jazz" como Papy Groove”, Dibango estava internado desde a semana passada, e é a primeira vítima mortal do coronavírus no mundo da música.


Dibango nasceu na cidade portuária de Duala em 1933. O pai era funcionário público, a mãe era designer de moda e ocasionalmente também professora.
O seu primeiro álbum foi o homónimo Manu Dibango, lançado em 1968, seguido por uma profusão de trabalhos como, "Saxy Party" (1969), o importante "Soul Makossa" e uma sequência quase anual de nova música gravada em disco ao longo de seis décadas. Em 2013 assinou o seu último álbum, "Balade en Saxo". 

Dibango se tornou mundialmente famoso com a música  "Soul Makossa" de 1972, um dos primeiros temas de afro-jazz conhecido no mundo.
Soul Makossa",  era numa primeira fase o lado B de um single (45rpm) que continha um hino de homenagem à equipa de futebol dos Camarões por ocasião da Copa Africana, em 1972.

Depois da edição do primeiro trabalho, o sexafonista mereceu atenção das estações de rádio de Nova Iorque.
Nos anos 1980 Manu Dibango acusou o norte-americano Michael Jackson (1958-2009) de lhe ter plagiado uma música que fazia parte do alinhamento do álbum "Thriller" tendo o saxofonista dos Camarões conseguido um acordo financeiro como forma de compensação de direitos de autor.

Numa nota publicada na página oficial de Facebook do sexafonista, as cerimónias fúnebres serão restritas a família, contudo, assim que se mostrar possível  será realizada uma homenagem ao músico.

Durante a sua carreira Dibango gravou com nomes como, Eliades Ochoa, com Youssou N'Dour, Peter Gabriel, Ladysmith Black Mambazo ou Sinéad O'Connor.

Manu Dibango perde a vida numa altura em que a Pandemia do coronavírus já  se espalhou pelo mundo, inclusive em África e, foi nele que o músico calou seu sexafone.









quarta-feira, 18 de março de 2020

Cala-se a voz autoritária de Gabar Mabote

A única certeza que se tem da vida é que a morte um dia virá, se de frente, de trás ou de lado, ninguém sabe. Foi assim com o músico, compositor e intérprete Gabar Mabote, aos 63 de idade despediu-se da vida, vítima de doença. Foi no Hospital Geral José Macamo, neste domingo 15 de Março, que Mabote deu seu último sopro. Para a cultura moçambicana, ficaram as lembranças das suas músicas e da sua voz autoritária.

Seu nome é Gabar, mas ele nunca foi de se gabar, ao longo da sua vida Mabote sempre teve uma vida difícil e nalgum momento foi esquecido na arena musical, apesar de bater imensas portas ainda não tinha um disco, as suas músicas apenas vibravam nas colunas das rádios. Nesse período de esquecimento, muitas vozes diziam que as suas canções não chegariam a ser gravadas em um "CD".
E mais do que ser esquecido, Gabar Mabote travou muitas lutas e desistências ao longo da sua vida como músico, quando cantava nas salas de cinema e nas casas de pasto, Gabar colocava seu nome aos poucos no centro da música moçambicana, mas mesmo assim o disco sonhado não saía. Gravou nos estúdios da Rádio Moçambique (RM), em 1986, neste tempo, que parecia uma maré de sorte, tentou negociar a gravação do seu primeiro CD, mas a operação resultou no fracasso e por essa razão decidiu se afastar da música.
Quando todos pensavam que Gabar jamais se levantaria, eis que ele ressurge do esquecimento, da volta, além de levar sua vontade de continuar a carreira, também ressuscita com um disco, o seu primeiro e único álbum lançado em 2018, com o título "Unganipoile.
"Unganipoile", termo ronga, que em português quer dizer, "não goze comigo", é uma obra artística que no seu profundo fala da vida do próprio Gabar. É como se fosse uma chamada de atenção para que as pessoas parassem de gozar com ele por nada ter e por não ter lançado ainda cedo um disco, apesar de tanta persistência.
Composto por 14 músicas, " Unganipoile", tem dez músicas antigas e quatro novas. A produção foi toda feita no país. "Unganipolie" foi para Gabar Mabote a realização de um sonho no qual lutou boa parte da sua vida, desse modo o dono da voz imponente mostrou que com perseverança e muita luta pode se chegar ao pódio.
"Unganipoile" é um verdadeiro ensaio crítico à sociedade actual, Gabar Mabote mostra que a música, mais do que alimentar a alma por lazer, também ensina e educa, como exemplo disso, no álbum encontramos a música "Lirandzo", que retrata aquela mulher que acredita que recorrer ao curandeiro pode ser uma boa forma de prender seu marido. Mabote também fala da prostituição no tema musical "Mama wa Mateu", cuja história se engendra numa senhora que deixa os filhos em Gaza e vem para Maputo abraçar a vida de prostituta, deixando os filhos a mercê da sua própria sorte.
No disco encontramos outros ensinamentos como: “Sala mamane”, “Ndjungua”, “Djokotane”, “Helenane”, “Lhupeco”, “Tintombe ni madjaha”, “Dana Ndzole, e estes mais do que músicas são lições sociais cantadas por homem, cuja história foi esquecida.
Ao lançar "Unganipoile" Gabar Mabote, esperava com entusiasmo que mais oportunidades aparecessem, porque queria cantar e, quiçá lançar mais álbuns pois músicas para tal não lhe faltavam. Contudo, como diz o adágio popular, a morte não espera, já fazia tempo que Mabote sofria de problemas de saúde.
O seu desaparecimento físico deu-se neste domingo 15 de Março vítima de doença, no leito do Hospital Geral José Macamo, na cidade de Maputo, onde se encontrava internado desde quinta-feira.
O autor de "Unganipoile" se foi, com ele vão os seus sonhos de lançar mais um disco, mas deste lado da terra ficará o legado e seu grande contributo para o crescimento da música moçambicana, sempre que se falar de um artista com voz autoritária, no pensamento dos moçambicanos vai surgir um nome, Gabar Mabote, dono de "Djokotane".

Coronavírus força o adiantamento de actividades Culturais no país

Apesar do nosso país não ter registado ainda um caso confirmado do Covid-19, medidas preventivas estão a ser levadas a cabo pelo governo de modo a controlar a situação. Segundo o informe do Presidente da República, Filipe Nyusi os eventos públicos não podem extravasar um universo de 300 pessoas. Dessa forma muitos eventos culturais programados para serem realizados entre Março ficam adiados.
Em comunicado de imprensa a “BDQ-CONCERTOS“, organizador do Moments of Jazz, anuncia o adiamento do seu evento que estava previsto para o primeiro semestre deste ano. Segundo os organizadores as novas datas serão marcadas consoante a disponibilidade dos artistas que também foram obrigados a cancelar suas digressões mundiais, uma vez que muitos deles são oriundos de países afectados pelo coronavírus.
O espaço Cultural Fernando Leite Couto, também decidiu suspender todos os seus eventos culturais, no período de 17 de Março a 17 de Abril de 2020, de forma de acatar as medidas de prevenção contra o Covid-19. Contudo apesar desta paragem, os escritórios e o restaurante da Fundação irão funcionar normalmente, obedecendo as recomendações da higienização dadas pela Organização Mundial da Saúde.
No mesmo diapasão, “16 Neto Co-Work & Cultural Space“, anuncia a suspensão das actividades culturais previstas durante o período de 18 de Março a 30 de Abril e, as actividades serão retomadas caso se verifique um avanço positivo sobre o vírus. Permanecerá aberto o espaço Co-Work e o restaurante Blue-Café seguindo as normas impostas pelo Ministério da Saúde.
O Centro Cultural Franco Moçambicano cancela o evento da Francofolia que seria realizado no dia 21 de Março e igualmente todos os espectáculos que seriam realizados na sala grande durante este mês (Março), ficando apenas as actividades realizadas no auditório.
Outros eventos, como a Batalha de Poesia de Moz Slam, que teria lugar no dia 28 de Março, Música ao vivo da banda Timbila Muzimba programado para esta quinta-feira (18) na galeria de Maputo e a quinta edição do “Mozambique Afro Swing Exchange“, organizada pela Associação cultural Hodi entre os dias 23 a 29 do mês em curso, todos estes eventos ficam adiados para uma data anunciar.
Tudo dependerá do desenvolvimento do Covid-19 que já matou no mundo, mais de Sete mil (7000) pessoas e, já se espalhou por dezenas de países.


sexta-feira, 13 de março de 2020

Aniceto Mateus lança obra sobre Violência Conjugal Contra a Mulher

Cento e vinte mulheres contam experiências vividas sobre a violência do género e, desta narração nasce a obra "Violência Conjugal Contra a Mulher na Cidade de Maputo: Enfrentamentos e Representações Sociais", do pesquisador moçambicano Aniceto Mateus. O Livro foi lançado na tarde desta Quinta-feira 12 de Março, na sala dos Grandes Actos da Universidade Pedagógica de Maputo.

Aniceto Mateus e Aissa Mitha no lançamento da obra

Mesmo com pouco público, Aniceto Mateus pariu a obra que será de grande valia para estudantes e pesquisadores na área de violência de género no país. Como ele mesmo diz a "Massala", não se trata de uma obra de auto-ajuda que traz soluções para o problema, contudo traz questões e debates que devem sombrear a esfera pública.
Segundo o autor, no livro podemos encontrar dois grupos de mulheres vítimas de violência, há as que sofrem, no entanto optam por continuar com seu cônjuge, por algum motivo aparente. E há as outras, que quando são agredidas preferem se separar do seu parceiro.
A obra de Mateus surge numa altura em que o país, em todos os níveis se junta para combater a violência do género, sendo que o governo juntou-se a causa criando a lei n° 29/2009 de 29 de Setembro, que visa proteger a mulher vítima de violência e criminalizar os infractores.
Não obstante a isso, depois de lançada a obra, sob um espírito de discussão Aissa Mitha a apresentadora da obra em alusão, instou aos espectadores presentes na sala da Universidade Pedagógica de Maputo a debaterem sobre o assunto abordado no livro.
As reações da platéia, mesmo que pouca, não tardaram chegar, o Professor e filósofo José Castiano, comentou sobrd a violência virada para o homem, pois Castiano acredita que esta camada social sofre alguma repressão em silêncio.
Por sua vez, mas no mesmo diapasão de Castiano, a professora Sarita Henriksen, acrescentou que, nos últimos tempos promove-se a mulher e a rapariga e acaba excluído-se os rapazes, que também são vítimas de violência.
"Violência Conjugal Contra a Mulher na Cidade de Maputo: Enfrentamentos e Representações Sociais", é uma obra que vem acrescentar mais debate sobre as questões da violência do género. A escolha da Cidade de Maputo para a pesquisa, segundo o próprio autor tem a ver com o multiculturalismo que aqui se encontra.  Por ser a capital do país muitos moçambicanos oriundos do Norte e Centro do país acabam se encontrando na cidade das acácias buscando melhores condições de vida e, esse ajuntamento de várias culturas num só espaço geográfico  (Cidade de Maputo), de certa forma facilitou a pesquisa.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Dois fotógrafos duas exposições e um único objectivo: comemorar o mês da mulher

Por: Xisto Fernando
Na segunda-feira 9 de Março, Micas Mondlane retrata em exposição fotográfica a violência contra a mulher. E, na noite de terça-feira 10 de Março, Ricardo Franco exibe telas sob lentes a descrever a situação das empregadas domésticas em Moçambique. 
São dois fotógrafos juntados em dias diferentes, no mesmo espaço (Centro Cultural Franco Moçambicano) para colorirem as comemorações do mês da mulher que foi aberta no passado 2 de Março e será marcada por diversas actividades paralelas até 10 de Abril do ano em curso.
Exposição de Micas Mondlane

Sob o título, “16 dias de activismo através da lente: violência baseada no género” está patente desde a passada segunda-feira (9 de Março), no Centro Cultural Franco Moçambicano, a exposição do fotógrafo Moçambicano, Micas Mondlane.
O dia Internacional da mulher assinalado no passado dia 8 de Março serviu de pretexto para o Alto comissariado do Canadá emprestar as lentes do fotógrafo Micas Mondlane. A ideia da mostra fotográfica é descrever e trazer as diversas formas de violência contra a mulher.
Num conjunto de 16 obras, Micas Mondlane leva os apreciadores da arte fotográfica a viajar pelo mundo da discriminação, assédio sexual, estereótipos de género, desigualdade no espaço laboral e outros temas que põem em causa a liberdade das mulheres e raparigas.
As lentes de Mondlane captaram situações distintas da mulher na sociedade, mostrando que a violência do género é uma realidade no país. Mesmo não estando presente na inauguração por estar em um intercâmbio fotográfico fora das terras moçambicanas, Micas Mondlane, recebeu aplausos e foi ovacionado através das suas obras.
Se me quiseres conhecer do fotógrafo Ricardo Franco
Com o mesmo propósito de celebrar o mês da mulher, Ricardo Franco inaugurou na noite desta terça-feira a exposição fotográfica, "se me quiseres conhecer uma reflexão entre dois mundos", sob curadoria de Miguel Rego.
A exposição retrata as experiências vividas pelas empregadas domésticas, mulheres fortes que logo que o sol desponta se encontram na casa dos seus patrões para ganhar o pão diário.
Ricardo Franco, através da sua lente conheceu todas as mulheres que fotografou, entrou no seu íntimo e as trouxe para o Centro Cultural Franco Moçambicano. A exposição também serve de apelo a sociedade a respeitar essa classe trabalhadora.
Franco emprestou do poema da Noémia de Sousa, datado do ano 1958, o título “se me quiseres conhecer” e, se formos a continuar Sousa escreve, "se me quiseres conhecer, estuda com os olhos de bem ver", neste caso Ricardo Franco estudou essas mulheres, conheceu suas histórias de vida, usou além da lente, os olhos de bem ver. O fotógrafo mostra que cozinhar, varrer quintal, engomar a roupa, arrumar a cama e tantas outras actividades domésticas são dignas de apreço e que essa profissão deve ser respeitada por todos os moçambicanos.
Tanto a exposição do Micas Mondlane e a do Ricardo Franco têm algo em comum, ambas falam das mulheres, a primeira se debruça sobre a violência e outra fala da luta e conta histórias escondidas sobre as empregadas domésticas.
É de lembrar que as duas exposições inserem-se nas comemorações do mês da mulher, que foi lançado na passada segunda-feira, 2 de Março, com o lema, "a igualdade de género é o nosso futuro". Dentro do programa do mês, serão realizadas cerca de 60 eventos relacionados a mulher, entre debates, mesas redondas, actividades culturais, entre outros, dentro e fora da província de Maputo, sob chancela de várias organizações governamentais e outras da sociedade civil, como o Ministério do Género, Criança e Acção Social, Embaixada da França, Oxfam, Reino dos Países Baixos, entre outras instituições.